O estudo foi feito em ratos, e nos bichinhos o lúpus foi revertido.
Ainda tem muito a ser feito neste estudo, mas já é um grande passo para a
descoberta de uma cura para esta doença que afeta tanta gente no mundo
inteiro.
Logo abaixo está a reportagem que saiu na revista Healthline. A reportagem em inglês pode ser vista aqui: Healthline.
O Lúpus é uma doença autoimune crônica que não tem limites e pode
danificar qualquer parte do corpo, desde a pele, articulações até
órgãos.
Não existe cura para o lúpus, uma doença que aparece, e depois parece desaparecer antes de retornar mais uma vez.
Mas pesquisadores dizem que eles descobriram que a combinação de
duas drogas, que já existem é possível reverter o lúpus em ratos.
Em um novo estudo publicado pela Sience Translational Medicine,
pesquisadores da University of Florida, descobriram que ao inibir
certas vias metabólicas em células imunitárias é possível combater o
lúpus em ratinhos.
A cada ano 16.000 novos casos aparecem nos Estados Unidos. A
doença afeta 1,5 milhões de americanos, de acordo com o Lupus Foudation
of America.
O lúpus erimatoso sistêmico, ou lúpus, é uma doença autoimune, no
qual o sistema imunológico – que supostamente protege nosso corpo
contra invasores – ataca os tecidos do corpo causando inflamação. O
lúpus pode ter, às vezes, os mesmos sintomas da artrite.
Um dos marcadores do lúpus são as células T auxiliares
defeituosas, células brancas do sangue que ativam outras células do
sistema imunológico. Estas células T comem glicose e oxigênio para
produzir energia.
Para pessoas com lúpus o metabolismo das células T é hiper
ativado. Células T hiper ativadas significam aumento na inflamação, e
para as pessoas com lúpus isso significa mais danos físicos.
As duas drogas que os investigadores testaram no estudo atual
parecem inibir antes as vias metabólicas, mas a combinação parece ser a
chave para o sucesso.
“O resultado mais surpreendente deste estudo foi que a combinação
dos dois inibidores metabólicos era necessária para reverter a doença,
quando poderia ter sido previsto com base em modelos publicados por
outros onde qualquer um dos inibidores sozinho iria funcionar”, disse o
coautor do estudo, Laurence Morel, Ph.D., Diretor de Patologia
Experimental e Professor de Patologia, Imunologia, e Medicina
Laboratorial na University of Florida College of Medicine, em um e-mail
para a Healthline.
Os pesquisadores da Florida University decidiram olhar para a
glicólise – a conversão da glicose em energia – e metabolismo
mitocontrial – produção de energia na célula – como eles se relacionam
com o metabolismo das células T.
“Os dois processos regulam os estados de energia de células do
sistema imunológico, que são hiper-ativados no lúpus e responsável por
iniciar e manter a doença”, disse Morel. “Nosso estudo é o primeiro a
relatar uma análise detalhada destas vias metabólicas celulares no
lúpus.
Para atacar o lúpus, os pesquisadores decidiram usar duas drogas
que bloqueiam a glicólise e metabolismo mitocondrial. As drogas são 2DG
(em desenvolvimento) e metformina (aprovada pelo FDA).
Ao fazer isso, os pesquisadores efetivamente reverteram o lúpus
em ratos. Eles também mostraram que as células T em pacientes humanos
com lúpus com maior glicólise e metabolismo mitocontrial ficaram com o
metabolismo celular mais lento quando expostos a metformina.
As duas drogas não afetaram as células T em ratos saudáveis. As
drogas também podem ser utilizadas com segurança, a um custo modesto,
dizem os cientistas.
Os pesquisadores também disseram que parece que através da
utilização de baixas doses de inibidores metabólicos nas células imunes
hiper-ativadas em ratos com lúpus, normaliza o metabolismo celular. As
duas drogas diminuem a atividade metabólica celular sem bloqueá-la
completamente.
“Este estudo também poderá abrir portas para a identificação de
outras vias metabólicas”, disse Morel. “Além disso, estas novas classes
de drogas podem beneficiar os pacientes com lúpus, em oposição à
abordagem mais clássica que tipicamente dependem das drogas
imunossupressoras”.
Antes destas duas drogas chegarem aos testes clínicos, os
pesquisadores necessitam comparar os efeitos das mesmas em pacientes
humanos, para outras condições. Ainda há mais a ser feito em ratos,
incluindo testes para determinar se inibidores metabólicos podem ser
usados juntamente com os medicamentos convencionais utilizados no lúpus.
Os pesquisadores da Universidade da Flórida estão em processo de
testar em quanto tempo o tratamento poderá ser interrompido em ratos
antes que a atividade da doença apareça novamente.
FONTE: LÚPICA
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